Estudos buscam entender mecanismos que envolvem a microbiota para tratar problemas de pele

Dra. Maria Inês Harris, especialista em segurança cosmética, comenta a importância das pesquisas a respeito do tema para o desenvolvimento de dermocosméticos 

São Paulo, 05 de agosto de 2019 – A relação entre o conjunto de microrganismos presentes na superfície da pele (também conhecida como microbiota) e a saúde da pele é um tema que tem instigado a comunidade científica há tempos. Trata-se de um campo complexo de estudo, que vem crescendo e busca reunir informações e interpretações valiosas para o desenvolvimento de produtos que possam tratar desordens cutâneas.

“A microbiota da pele varia bastante de pessoa para pessoa, e depende das condições de umidade, oleosidade e temperatura. Essa flora é impactada diretamente por hábitos alimentares, de higiene, uso de antibióticos, entre outros fatores”, relata a Dra. Maria Inês Harris, Diretora Executiva do Instituto Harris e especialista em avaliação de segurança na área cosmética.

estudo Microbiome and Skin Diseases, da Radboud University Nijmegen, na Holanda, revisou achados e oferece um panorama sobre o papel da microbiota na pele saudável e em distúrbios inflamatórios e alérgicos da pele. Segundo o levantamento, a composição da microbiota na pele lesionada (como na dermatite atópica e psoríase) apresenta diferenças distintas da encontrada na pele normal. A microbiota normal resulta em comunidades bacterianas estáveis, de microrganismos que habitam o corpo sem comprometê-lo. A modulação desta composição para restaurar a homeostase pode exercer papel fundamental na prevenção ou tratamentos de doenças, devolvendo o equilíbrio da pele, que pode estar sensibilizada pelo quadro inflamatório.

“Já existem cremes que se valem destes conhecimentos, como é o caso dos nutricosméticos com probióticos, que ajudam no equilíbrio e na regulação da microbiota natural, e que podem tratar desordens como a rosácea, por exemplo. Já a associação de cremes e medicamentos pode auxiliar no controle de condições de pele mais severas. No caso da psoríase, por exemplo, podem ser utilizados cremes de uso tópico, que ajudam a reduzir vermelhidão e hidratar a pele, associados a medicamentos sistêmicos”, explica a Dra. Harris.

Os probióticos são microrganismos vivos que são aplicados em doses e condições adequadas para repor o equilíbrio da microbiota da pele. A pesquisa The Association of the Skin Microbiota With Health, Immunity, and Disease, da Furtwangen University, observou que a microbiota cutânea é atualmente entendida como importante fator de saúde da pele, sendo influenciada por diversos fatores e interagindo de forma próxima ao sistema imune.  Outro método que vem sendo cada vez mais pesquisado no tratamento de dermopatias é a utilização de cosméticos com ação prebiótica, que fornecem componentes essenciais para a proliferação e atividade saudável da microbiota pré-existente na pele. 

As estratégias de propagação e atividade de microrganismos benéficos do corpo podem criar condições favoráveis ao hospedeiro, melhorando os sintomas causados por doenças da pele. Trata-se, portanto, de uma forma de tratamento e prevenção alternativa ao uso de antibióticos para casos específicos de dermopatias. No entanto, a especialista adverte que esses tratamentos devem ser realizados sempre com acompanhamento médico, pois automedicação nunca é recomendada. 

Sobre a Dra. Maria Inês Harris – Diretora Executiva do Instituto Harris, a Dra. Maria Inês Harris é Química, com Ph.D. em Química (UNICAMP) e Pós-Doutorado em Toxicologia Celular e Molecular de Radicais Livres (UNICAMP) e em Lesões de Ácidos Nucleicos (CNRS, França) e é certificada no curso “Avaliação da Segurança dos Cosméticos na UE” (Universidade de Bruxelas, Bélgica). Atuou como gerente técnica de Pesquisa Clínica na Alergia Pesquisa Dermatocosmética, gerente de segurança de produtos da Natura e especialista em métodos HPLC (High Performance Liquid Chromatography) na Alcon Laboratórios. Também foi professora do Curso de Especialização em Cosmetologia das Faculdades Oswaldo Cruz (São Paulo) por 19 anos e coordenadora de Pesquisa Institucional da Universidade Bandeirantes (atual Anhanguera) no Brasil. É autora dos livros “Pele – Estrutura, Propriedades e Envelhecimento” e “Pele – do Nascimento à Maturidade”. 

Sobre o Instituto Harris – Exclusivamente voltado à avaliação de segurança dos ingredientes e produtos cosméticos – desde seu desenvolvimento até a produção –, assim como à consultoria científica e aos programas de treinamento e capacitação profissional relacionados às Boas Práticas da Fabricação (BPF), o Instituto Harris é referência em serviços de avaliação de riscos. Sua equipe experiente oferece suporte às atividades de criação de ativos e de produtos cosméticos desenvolvidos sob os mais altos critérios de segurança, sem o uso de testes em animais, para empresas nacionais e internacionais. Para mais informações, acesse o siteFBInstagram e Youtube, ou entre em contato pelo tel. (11) 3129-5398 ou e-mail contato@harris.com.br.